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Tinta, humor e alimento: Floripa em campanha pela vida digna
Publicado originalmente no site Repórter Popular.
Florianópolis é conhecida internacionalmente como um belo destino de turismo por suas praias e belezas naturais. Dentro do país, sua imagem também é vendida como exemplo de desenvolvimento econômico e serviços públicos de qualidade. A verdade, no entanto, é bem mais complexa do que essa.
Por trás dos resorts de luxo na praia, uma enorme população de trabalhadoras pobres jogadas a viver em péssimas condições, nos morros ou nas dunas, pelas elites locais. Por trás da educação básica de referência, um grande histórico de luta popular e sindical que resiste às investidas constantes de privatização e sucateamento via Organizações Sociais e entidades do tipo. Nos comerciais de televisão não aparecem a luta histórica do povo pobre neste território, desde a resistência indígena contra o fundador-genocida Dias Velho, o povo negro invisibilizado que ainda se organiza nos quilombos e uma constante presença dos movimentos sociais, com destaque às dezenas de ocupações urbanas nos anos 1990 e a década de fortes lutas pelo transporte público nos anos 2000 – feixe de lutas que nos obriga a tentar olhar para além da cidade, mas para a Grande Florianópolis e suas periferias.
É neste território que começa a germinar mais uma semente da Campanha Nacional de Luta por Vida Digna (CLVD). Foi o chamado da luta antirracista que nos levou juntas às ruas no início de junho contra o genocídio do povo negro e fez mais nítida a necessidade de articularmos um comitê local da campanha. Assim, a campanha que já tinha adesão da Resistência Popular Estudantil, Coletivo Pintelute e Teatro Comunitário Vermelho Riu convida os contatos de mais confiança e vai crescendo nossa mudinha, uma folha de cada vez, com a parceria com o Feijovegan, o Grupo Organizado de Teatro Aguacero (GOTA) e o Coletivo Ka.
Rapidamente, nos dividimos em algumas frentes e tarefas da campanha. A partir das aptidões e também dos sonhos de cada grupo e cada militante, buscamos apontar a direção onde o solo era mais propício para avançar cada raiz.
Muralismo e comunicação popular
Se o inverno não é tempo pras ondas do mar, tem uma estação em que as notícias de luta podem ser levadas pelas ondas do rádio. Uma das primeiras ações na cidade foi do coletivo Pintelute, que atenderam ao convite da Rádio Comunitária Campeche, deram entrevista falando sobre a CLVD e pintaram um belo mural na emissora que é porta-voz do movimento comunitário. O imperativo do isolamento social impediu a realização das oficinas previstas de muralismo junto à comunidade, mas as tintas deram seu recado no muro e as ações e reivindicações da vida digna puderam ser ouvidos por moradoras, moradores e pelas trabalhadoras e trabalhadores do bairro do campeche.
O carro-som da campanha
Campanha, campanha, campanha! Ao povo, que não é pamonha, cabe criticar, reformar, extinguir e criar as suas próprias instituições em busca de uma vida digna. Foi mais ou menos assim que, com humor característico, as vozes e os sons do Teatro Comunitário Vermelho Riu deram vida ao carro-som da campanha. O áudio de divulgação da CLVD começou circulando nos meios mais acessados da pandemia, os grupos de whatsapp, mas o comitê local também já conseguiu um megafone popular para dar aquela volta de carro ou de bicicleta no sábado de manhã.
Ouça aqui o áudio produzido pelo Teatro Comunitário Vermelho Riu.
Frente de alimentação e abastecimento
A criação de uma frente de ação voltada para o eixo do abastecimento popular agregou mais gente em torno de atividades que já eram realizadas por dois coletivos que integram a CLVD na Grande Florianópolis, a Feijovegan e o Coletivo Ka. A coordenação e ampliação das atividades desse coletivos, comprometidos com o preparo e a distribuição de itens de necessidade básica para pessoas em situação de vulnerabilidade, vem engrossando o caldo das ações e contribuindo para seu avanço e dispersão. O desafio é grande: o diagnóstico social participativo da população em situação de rua realizado pelo Instituto Comunitário Grande Florianópolis (ICOM) e pelo Movimento da População em Situação de Rua de Santa Catarina (MNPR-SC), entre 2016 e 2017, indica que hoje mais de 500 pessoas estão sujeitas ao frio, à fome e à pandemia, apenas no município de Florianópolis (Diagnóstico Social Participativo da População em Situação de Rua da Grande Florianópolis, 2017).
Além da continuidade da atuação dos coletivos, que envolve ações semanais distribuindo dezenas ou mesmo centenas de marmitas, foi organizado um ponto de arrecadação de alimentos, agasalhos e cobertores em uma escola do Sul da ilha, onde funciona uma Célula de Consumo Responsável. Isso aumentou nossa capacidade de resposta diante da grande demanda. Através da articulação com a coordenação da célula, a campanha tem conseguido ampliar a arrecadação de alimentos orgânicos que se tornam ingredientes para as refeições distribuídas. Assim, o vínculo de apoio com a iniciativa que escoa a produção orgânica da agricultura familiar se torna mais solidariedade. Cada marmita leva o calor do alimento e do acolhimento mútuo, em um momento de troca, de escuta, onde se busca a prática e a consciência do que é necessário para uma vida digna.
Ao contrário do que vemos nas grandes mídias, é verdade que a realidade das ruas de Florianópolis continua exigindo mais do que a CLVD pode fazer atualmente. As condições ficam ainda mais dramáticas durante o inverno. Por isso, com a intenção de estender as relações de apoio mútuo de forma duradoura, durante e depois da pandemia, companheiras da frente de alimentação produziram o Manual de Abastecimento Popular. Trata-se de uma ferramenta de participação, com informações sobre como contribuir e se somar com essa rede de arrecadação, preparo e distribuição de alimentos, agasalhos, cobertores e itens de higiene pessoal.
Confira aqui o Manual de Abastecimento Popular produzido.
Mapa colaborativo
Com a marcha das ações de abastecimento, foi possível planejar um trabalho de comunicação da campanha segundo as demandas das principais ações em curso. Neste momento, um grupo de trabalho está ocupado com o desenvolvimento de uma ferramenta que sirva à facilitação da coordenação autogerida das iniciativas populares de abastecimento difusas na cidade. A ideia é que o projeto funcionará em conjunto com o Manual de Abastecimento Popular, na forma de um mapa colaborativo que possibilite a articulação de ações em curso, na direção do fortalecimento de uma rede de solidariedade alimentar!
Próximas ações
Foi um primeiro mês empolgante para a construção da campanha em nossa região. Seja nos pincéis, no fogão, na escrita, na produção audiovisual ou na articulação e comunicação de todo o grupo, todo mundo conseguiu dar a pequena contribuição que faz nosso instrumento de solidariedade e rebeldia tomar forma e ganhar vida.
Nas próximas semanas queremos avançar com novas ações, colocando nas ruas ações das frentes de luta por educação para uma vida digna, de defesa da saúde popular e de combate ao machismo e à violência contra a mulher.
A verdade é que o principal ainda resta por fazer. Lá fora reina a violência e desamor estrutural do sistema de morte em que vivemos. A pandemia da COVID-19 e a pandemia capitalista, patriarcal, racista e colonial seguem infectando nossas comunidades e desafiando nossos sonhos por uma vida digna. Somos apenas uma pequena tentativa, em uma localidade, de dar uma resposta a tudo isso. Ainda que nossas capacidades sejam pequenas, nossos braços e pernas se movem carregando os princípios do mundo novo que queremos construir. Esperamos que a Campanha possa ser uma estrada aberta, uma parte do caminho que nos leva até ele.
Campanhas de apoio mútuo as comunidades de Floripa
(Assine online)PREFEITO DE FLORIANÓPOLIS: SAÚDE E SANEAMENTO SIM, ASFALTAÇO NÃO!
PREFEITO DE FLORIANÓPOLIS: SAÚDE E SANEAMENTO SIM, ASFALTAÇO NÃO!
VIMOS POR MEIO DESTA PETIÇÃO FAZER UMA DENÚNCIA DE IRRESPONSABILIDADE SOCIAL, EXIGINDO QUE O SENHOR PREFEITO DE FLORIANÓPOLIS, GEAN LOUREIRO, VETE IMEDIATAMENTE A LEI APROVADA NA CÂMARA DOS VEREADORES, NO DIA 03/04/2020, QUE AUTORIZA A PREFEITURA ASSUMIR EMPRÉSTIMO DE 100 MILHÕES DE REAIS PARA AS OBRAS DO “ASFALTAÇO”, EM MOMENTO QUE A CIDADE VIVE UMA EMERGÊNCIA SOCIAL E SANITÁRIA, PELA OCORRÊNCIA DA PANDEMIA PROVOCADA PELO NOVO CORONAVÍRUS.
A atual situação de extrema emergência,
todos sabemos, exige prioridade na destinação de recursos públicos
(equipes, remédios, equipamentos, obras e financiamentos para o combate
ao coronavírus).
Porém, os vereadores romperam com a decisão tomada
na primeira sessão virtual, de tratar durante a quarentena
exclusivamente de projetos emergenciais relativos à pandemia.
Os vereadores: Erádio Manoel Gonçalves, Claudinei Marques, Dalmo Meneses, Edinon Manoel da Rosa, Renato Gesk, Jeferson Backer, Guilherme Pereira, Domingos Zancanaro, Milton Barcelos, Fábio Braga, Gabriel Meurer, Maria da Graça Dutra e Marcelo da Intendência, aprovaram para o Prefeito Gean Loureiro e seu vice João Batista, num ato desumano de irresponsabilidade social, por interesse e pressão de uma MINORIA do setor imobiliário e da construção civil (que apoiam suas campanhas), a autorização para contrair empréstimo de 100 milhões de reais, para mais obras do “ASFALTAÇO”.
Empréstimo que não prevê um único centavo que vá direito para saúde ou saneamento básico, estes sim essenciais na promoção do interesse da MAIORIA, em defesa da vida dos mais de 500 mil habitantes de Florianópolis, em especial, das mais de 80 mil pessoas que moram nos morros e periferias.
Essas pessoas vivem em condições desumanas, inadequadas e precárias de moradia, sem saneamento básico (abastecimento de água e esgotamento sanitário). Vivem sem água nem para cozinhar, nem para lavar as mãos e tomar banho, condições vitais para alimentação e higiene. São nessas comunidades, onde a ação de contaminação e propagação do coronavírus pode ser mais arrasadora, que existe a previsão de centenas de milhares de mortes no Brasil.
ESTA DECISÃO GENOCIDA TEM QUE SER ANULADA.
SAÚDE, ASSISTÊNCIA SOCIAL E SANEAMENTO SIM, EM UMA PANDEMIA, A PRIORIDADE SÃO NOSSAS VIDAS, ASFALTAÇO NÃO!
Pelo
imediato veto do projeto de lei aprovado pelos vereadores, que autoriza
o empréstimo para obras do “asfaltaço” em plena pandemia.
Coletivo Ocupações Urbanas de Florianópolis,
Movimento Nacional de Moradia,
MST
REUNIÃO ABERTA PARA A CONSTRUÇÃO DO 28 DE SETEMBRO: DE LUTA PELA DESCRIMINALIZAÇÃO E LEGALIZAÇÃO DO ABORTO NA AMÉRICA-LATINA E CARIBE
Movimentos que integram a Frente Catarinense pela Legalização do Aborto fazem um chamado para a reunião de organização do ato alusivo ao 28 de setembro, Dia de Luta pela Descriminalização e Legalização do aborto na América-latina e Caribe.
O chamado busca fortalecer uma mobilização frente à criminalização de mulheres que abortam e a criminalização dos movimentos sociais de forma ampla. “Em SC, a luta das mulheres está ameaçada”, alertam. A situação de intimação que sofrem pela via judicial, e que coloca em alerta outras frentes de luta social, será contextualizada na reunião.
Apoie a segunda edição da CriptoFunk
Evento discute privacidade na internet,
direitos digitais e funk na Favela da Maré
A CriptoFunk, evento gratuito que reúne debates, oficinas e festa sobre cuidados físicos, digitais e internet, chega a sua segunda edição em 2019. Prevista para acontecer no dia 14 de setembro, na Favela da Maré, no Rio de Janeiro, o evento-festa lança nesta semana uma campanha de financiamento colaborativo para sua realização. Para ajudar o evento, basta acessar benfeitoria e doar quantias a partir de R$ 15,00.
A iniciativa é inspirada no movimento global das Criptofestas. Com o lema “Criptografe dados, descriptografe o corpo”, a CriptoFunk busca promover a autonomia e liberdade das pessoas frente à influência das tecnologias em suas vidas. Em um mundo em que a internet ganha cada vez mais centralidade no cotidiano de grande parte da população, as discussões sobre privacidade na internet, algoritmos, direitos humanos e cuidados integrais (físicos, digitais e psicossociais) se tornam cada vez mais urgentes.
“A gente acha muito importante fazer a CriptoFunk no Complexo da Maré, porque traz debates que precisam ser cada vez mais disseminados e democratizados. As questões de liberdade e segurança digitais são muito novas para todo mundo. As soluções para essas questões só podem ser construídas a partir de múltiplos olhares, com uma diversidade de lugares e pessoas envolvidas nesse debate”, ressalta Clara Sacco, cofundadora do data_labe e uma das organizadoras do evento.
A campanha de financiamento recebe apoios até o dia 9 de setembro. Em troca, as(os) apoiadoras/es receberão brindes exclusivos, livros e até uma oficina de segurança digital. A CriptoFunk é um projeto coletivo e independente, formado por integrantes do data_labe, Escola de Ativismo, Intervozes e Coding Rights, e conta com apoio do Observatório de Favelas.
Inscrições abertas para Chamada de Atividades
Neste ano, a programação será construída colaborativamente e a Chamada para Atividades já está no ar. As inscrições vão até o dia 26 de agosto e devem ser feitas seguindo as instruções disponíveis no site: www.criptofunk.org. Podem ser propostas palestras, oficinas, rodas de conversa, exibição de filmes, instalações e performances artísticas, e DJ set de funk para a festa que encerra o evento.
As(os) proponentes poderão optar por uma ajuda de custo no valor de R$ 300,00 no ato da inscrição. As atividades devem dialogar com pelo menos um dos eixos temáticos da CriptoFunk: cuidados integrais (digital, físico, psicossocial); privacidade e direitos digitais; antivigilância; algoritmos e Direitos Humanos; corpo e tecnologias; gênero e tecnologias; raça e tecnologias; favela e tecnologias; ativismo e tecnologias; funk e tecnologias.
Vídeo – Audiência Pública sobre a violência policial na Grande Florianópolis.
Fotos Festival ANTIFA -Floripa
Apesar de você: Ocupar o centro velho implica em perguntar cidade para quem?
Dia 20 de janeiro, após o show do Los Desterros no Taliesyn guarnições da polícia militar foram a Rua Victor Meireles para dispersar um grupo de pessoas que estava cometendo o grave delito de cantar samba e conversar na rua.
Palmas e vozes cantando “Apesar de Você” foram suficientemente provocativas para desperta o ódio do policiais militares? Não sei, a música “Apesar de Você”, uma dura crítica a ditadura civil-militar que durou 21 anos e deixou marcas profundas na sociedade brasileira como a herança maldita de uma policia militar, pode ter sido o motivo para alguns policiais atacarem de forma sádica pessoas.
Ainda assim, acho que o motivo dessa merda toda que aconteceu dia 20/01/2019 tem sua historicidade refletida na conjuntura onde torturadores são chamados de heróis pelo Talibã Neoliberal no Bananistão (Brasil), algo que entre outras coisas, torna ainda mais forte o que são a Policia Militar e as Guardas Municipais: braços armados executores da política de amplos processos de higienização social e controle social armado dos centros urbanos.
Essa política de de higienização social e controle social armado se erradia por toda cidade em Florianópolis, não são parte do ideário de outra política, de nova política como gostam falar os empreendedores, viúvas da ditadura e de neofascistas do MBL, é mesma política dos anos 2000 que fez de Florianópolis laboratório para teste da política de segurança pública tolerância zero, na época governada pela clã Amin.
Ironia?
No dia 20, havia desde a tarde uma grande concentração de pessoas na região da Rua Vitor Meireles por causa o evento promovido pelo “Square Lab, o primeiro coworking a céu aberto do Brasil, um super projeto do Centro Sapiens que promete ocupar e promover, através da economia criativa, o espaço entre a antiga Escola Antonieta de Barros e o Museu da Escola Catarinense, no Centro de Floripa”. Onde a atração principal era a banda Franscisco El Hombre, conhecida por suas letras de contestação.
Por que irônico? Porque se estava justamente comemorando o lançamento um projeto que faz parte da nada transparente e nada democrática política dos gestores de empresas privadas do Centro Sapiens, a CDL e a Prefeitura, promotoras de higienização social.
O que aconteceu no Taliesyn?
O bar fechado meia hora antes por ordem da PM, antes chegarem com reforços com armas menos letais. O inicio das agressões policiais começaram com a baforada de gás de pimenta da PM no pessoal que cantava samba, totalmente despropositada. Vi um professor da rede estadual com o rosto coberto de spray de pimenta, e como se não fosse suficiente foram desferidos disparos a queima roupa lhe acertando em cheio e causando três lesões: duas na região próxima a axila e uma próxima ao pescoço. Qual o crime do professor, cantar e reclamar do primeira agressão?
Essa cena não te diz nada? A intenção não era dispersar as pessoas ou conter alguém mais exaltado, mas causar uma lesão corporal grave, daquelas que cegam de um olho, quebram ossos e dentes, como a gente já viu acontecer aqui na cidade tantas vezes.
Dali em diante foi uma correria, encontrei um jovem que havia recebido um tiro no braço, estava bem machucado; uma mulher que ao tentar fugir da PM caiu quebrando o dedo e ferindo o queixo; o relato de uma jovem que levou um cacetada na cabeça e teve o celular furtado pela PM ao tentar gravar o que estava acontecendo; e de um outro professor que levou um tapa no rosto tão forte que chegou a cair no chão e ficou com os lábios feridos. Outros relatos estão no Facebook e já foram publicados na imprensa local.
Durante a ação os policiais gritavam “Agora é Bolsonaro. Porra!” enquanto distribuíam cacetadas a torto a direito atiravam balas de borracha como se estivessem curtindo um carnaval antecipado, lembrando dos episódios na Lagoa, Santo Antônio e Sambaqui onde a PM fez nos carnavais passados verdadeiros fiascos.
Não foi a primeira vez que se escuta policiais gritando “Agora é Bolsonaro!” No fim de 2018, quando as pessoas estavam indo embora do GeoSamba, uma roda de samba dentro da UFSC na frente do Museu de Arqueologia, a policia chegou e distribuiu tiro, porrada e bomba aos gritos que expressam o que eles entendem em ter um completo cretino racista, homofóbico e autoritário como presidente: A liberdade de passar por cima da Constituição e das normas da própria corporação quanto aos procedimentos dos agentes da segurança pública e servidores públicos.
O “Agora é Bolsonaro” é isso aí… a democratização da porrada, não mais restrita as camadas mais pobres e vulneráveis e movimentos populares. Se essa violência institucional escandaliza, ela não surpreende.
A tempos que o sonho da nossa elite escravocrata de Floripa é se vingar de tudo e todxs que consideram uma ameaça ao sonho de uma cidade mais branca para turistas e moradores ricos. O sonho fez do Mercado Publico Municipal um lugar horroroso de concentração das classes médias brancas onde antes havia todo tipo de “gentes” curtindo samba e reggae. Um sonho que não está sendo implantado só pela porrada, mas também, pela prefeitura e o centro sapiens com um nome bonito de indústria criativa com requintes de gentrificação.
Resumindo e propondo ou as pessoas que convivem no centro passam a exigir transparência e participação popular nos processos de reforma urbana na cidade ou estamos na merda. Cantando ou não “Bolsonada”, os copos deles continuam cheios e nosso ainda andam vazios. O calor da rua não pode ser apenas na hora da celebração e da “fextinhaaa”, enquanto tantas pessoas passam frio morando nas ruas.
Ocupar a cidade implica em perguntar: cidade para quem?
Só o poder popular muda a cidade! É tudo nosso! Não deixem nossas revoltas serem gourmetizadas!
Raiva Urbana
8M – Greve Internacional de Mulheres! Tempo de Rebelião! [Florianópolis]
8M – Greve Internacional de Mulheres! Tempo de Rebelião!
Se liga na programação aqui para Floripa.
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Por que paramos:
Contra a DISCRIMINAÇÃO NO MUNDO DO TRABALHO, por SALÁRIOS IGUAIS, pela valorização do trabalho doméstico e de cuidados! Contra a invisibilização da FUNÇÃO SOCIAL DAS MÃES e contra a violação de seus direitos e de seus filhos e filhas!
Contra a REFORMA DA PREVIDÊNCIA DO GOLPISTA MICHEL TEMER. Nós, MULHERES, seremos as mais atingidas pela reforma. TEMER quer ROUBAR nosso direito à APOSENTADORIA DIGNA e à ampla SEGURIDADE SOCIAL.
Contra os efeitos CRUÉIS E ESCRAVAGISTAS DA REFORMA TRABALHISTA do GOVERNO GOLPISTA e por seu imediato CANCELAMENTO!
Contra a Emenda Constitucional 95, que congela os gastos com saúde, educação e segurança pública por 20 anos!
Pela democracia e soberania nacional!
Pelo direito das mulheres encarceradas que ainda sofrem com um sistema carcerário desumano. Em alguns estados, cerca de 70% estão presas preventivamente – sem ter sua sentença julgada!
Contra a opressão e dominação do CAPITAL INTERNACIONAL, que submete nossos países ao papel de servidores de grandes multinacionais, ESCRAVIZANDO trabalhadoras e trabalhadores!
Contra a VIOLÊNCIA MACHISTA que nos ATACA e MATA todos os dias: nas ruas, nos ônibus, dentro de nossas casas, nas escolas e nos ambientes de trabalho. No Brasil, acontece um estupro a cada 11 minutos. MULHERES SÃO MORTAS pelo fato de serem mulheres e o número de feminicídios aumenta a cada dia!
Pelo direito à livre expressão da sexualidade e das identidades de gênero e ao aborto legal, seguro e gratuito!
Contra a discriminação racial e o genocídio da população negra e indígena!
Pela vida de TODAS AS MULHERES: do campo, da cidade, das florestas e das águas!
PROGRAMAÇÃO DO 8M EM FLORIANÓPOLIS:
01/03 a 10/03 – La Kahlo Bodega – Exposição Violências Contra as Mulheres
01/03 19h – Morro do Mocotó – Resistências Reais: Mulheres Negras, Periféricas e de Matriz Africana
05/03 18:30- 22h – Instituto Arco-Íris – Lançamento da Frente pela Legalização do Aborto
07/03 08h às 18h – Assembleia Legislativa de Santa Catarina – SEMINÁRIO REGIONAL: “PELO FIM DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA A MULHER” – Auditório Deputada Antonieta de Barros
07/03 às 19:30h – Cinema do CIC – Cinemática – 1ª Mostra Àjé Mulheres Negras no Cinema
08/03 – Largo da Alfândega:
08h às 16h – Tenda Jennifer – Espaço Ciranda e espaço para rodas de conversas e trocas de experiências.
08h às 17h – Tenda Olga Benário – Um olhar sobre a vida das mulheres encarceradas, com materiais e troca de correspondências.
08h às 17h – Tenda Mãe Gracinha – As mulheres quilombolas e a luta por direitos. Com exposição de fotos.
08h às 17h – Tenda Anticapitalista – Tenda da troca (tragam roupas, acessórios, sapatos e disponibilidade de troca de serviços)
09h às 12h – Tenda Valda Costa – Oficina de Grafite com Gabriela Olívia Marques
09h às 10:30h – Tenda Jennifer – Roda de Conversa com ADOSC
10h30m às 12h – Tenda Janete Cassol – Roda de Conversa: Branquitude e Negritude – com Mathizy Pinheiro, Lia Vainer, Vanda Pinedo (MNU) e Maria de Lourdes Mina (MNU)
12h às 13h – Coreto – Coletivo NEGA – Teatro/Performance
13h às 14h – Tenda Janete Cassol – Roda de Conversa: (IN)VISIBILIDADE TRANS – Desafios e Oportunidades – com Lirous K’yo Fonseca Ávila e Maria Zanela
13h – Madalenas – Cortejo
14h às 16h – Tenda Valda Costa – Oficina de Lambe com Kio za’s e
14h às 14:30h – Coletivo Independente Fluído – Performance
14h às 17h – Tenda Janete Cassol – Movimento sindical e social com debate: A Defesa da Democracia e da Soberania Nacional. A luta por Direitos e pela Vida das Mulheres.
14:30h às 15h – Coreto – Paz – Pocket Show Rap
15h às 15:30h – Coreto – KANDACE – Pocket Show Rap
15:30h às 16h – Coreto – Trama Feminina – Pocket Show Rap
16h às 16h30m – Coreto – MC Mooa – Pocket Show Rap
16:30h às 17h – Coreto – MC K47 – Pocket Show Rap
16h às 17h – Tenda Jennifer – Debate: mulheres com deficiência
17h às 17h30m – Coreto – Roda de Samba de terreiro – Samba a Três,com Elaine Sallas, Bu Amato e Tay Muller
17h – Concentração Marcha
17h40m às 18h – Coreto – Pollyana Tathyana Rodrigues (ADEH) – Pocket Show
18h Bloco Cores de Aidê – Abertura da Marcha
20h30m às 23h – Coreto – Batalha da Alfândega:
– Pocket Show: NOVE
– DJ’s Beats Batalha: Brum e Isa
– Apresentadoras: Luneti, Moa e Sara
– Chaves da Batalha: Gugie e Duda
– Playlist feminista: Olívia, Ana, Berra, Sara e Duda
20h – Casa de Noca – Tempo de Resistência – Rumo ao FSM
10/03 – La Kahlo Bodega – das 15:30 às 21h – Até Quando? Não me Kahlo!
O 8MBrasilSC 2018 – Greve Internacional de Mulheres em SC é organizado por mulheres autônomas, de coletivos, movimentos, sindicatos, federações e associações, seguindo o chamado internacional para o 8 de MARÇO. No facebook: 8M Brasil SC.