Lei antiterrorismo aprovada na Câmara

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A Câmara aprovou em votação simbólica o texto principal da tal lei antiterrorismo.

O projeto contou com a aprovação do governo e da oposição, com assinatura do ministro da justiça e da fazenda do governo de ex-querda da Dilma, só votaram contra o PSOL e do PCdoB.

Já existem leis que permitem prender quem depreda patrimônio público ou privado ou quem machuca e mata pessoas. Não precisamos de leis deste tipo, que futuramente irão servir para reprimir qualquer grupo de indivíduos que ameace a ordem vigente, resgatando um adjetivo muito usado na época da ditadura para perseguir opositores: O Terrorista.

Curiosamente era assim que os milicos chamavam Dilma, e como muita gente saudosa da ditadura ainda a chama. Muitos dos quais pretendem sair nas ruas para derrubá-la neste Domingo.

A lei dá margem para que movimentos sociais e pessoas que participam de protestos sejam enquadradas como terroristas. E não só aqueles que quebram vidraças de bancos ou queimam ônibus como muita gente deve estar pensando.

Os professores de SC que ocuparam a assembleia legislativa durante a greve poderiam facilmente ser tipificados como terroristas dependendo de como a lei é interpretada. E convenhamos, a lei costuma ser interpretada para proteger o poder vigente.

Coincidentemente a lei começou a tramitar em agosto de 2013, logo depois das jornadas de junho e 1 ano antes da Copa. Coincidentemente 1 ano antes das Olimpíadas. Tudo bem sincronizado, com governo e oposição aprovando a proposta em conjunto.

Estranhamente nenhuma lei foi aprovada para diminuir os abusos cometidos pelo Estado nestes protestos. Que não foram poucos.

Mesmo com provas bem frágeis pessoas foram presas nos protestos contra a copa e de junho de 2013. Todas foram soltas por falta de provas, exceto o morador de rua Rafael Braga, que foi preso por ter portado um tubo de Pinho Sol que a polícia disse que era uma bomba. Como se pode ver a lei já funciona muito bem para punir aqueles que desafiam a ordem vigente, ou que vivem a margem da sociedade.

A foto deste post é de Rafael Braga. Ele estava cumprindo sua prisão em liberdade, mas foi mandado para a solitária e continua preso por causa desta foto. Foto que diz muito sobre o tempo sinistro que vivemos hoje.

Começa a Articulação da Rede Municipal de Agricultura Urbana

[Replicação Cepagro]

Lideranças comunitárias, membros de coletivos, educadores, estudantes, agrônomos, profissionais da Saúde e Assistência Social, terapeutas, empreendedores, agricultores urbanos. Tal diversidade de atores é representativa da variedade de experiências que passam a reconhecer-se e articular-se mutuamente através da Rede Municipal de Agricultura Urbana, formada durante um encontro realizado no último sábado, 8 de agosto, no Camping do Rio Vermelho. Quase 100 pessoas estiveram reunidas para a formação da Rede, que busca dar visibilidade e reconhecer  social, política e juridicamente as iniciativas de Agricultura Urbana em Florianópolis.  Dentre os principais encaminhamentos da reunião, ficou decidida a realização de um Encontro Estadual de Agricultura Urbana nos dias 26 e 27 de setembro, no Camping do Rio Vermelho.

 

“A Agricultura Urbana é mais do que buscar uma alimentação saudável. Representa uma tecnologia para concretizar uma noção de cidade sustentável, justa e saudável”, disse o médico Leandro Pereira Garcia, diretor de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde de Florianópolis, que fez a primeira explanação durante o encontro. A partir do exemplo da formação da Rede Vida no Trânsito, que congrega 35 organizações que trabalham de forma integrada para reduzir a violência na ruas e estradas florianopolitanas, ele mostrou o passo-a-passo da construção de um coletivo articulado desta maneira. As etapas envolvem a formação de parcerias, o levantamento de informações e o desenho e execução de ações integradas.

Outra rede tomada como parâmetro durante o encontro foi a Rede Ecovida de Agroecologia, apresentada pelo engenheiro agrônomo Marcos José de Abreu, coordenador do eixo urbano do Cepagro e presidente do CONSEA/SC. “Por muito tempo a Rede não tinha nem ordenamento jurídico, mas já existia o reconhecimento mútuo entre os agricultores”, afirmou. O fortalecimento desta trama não só traz suporte e apoio para os agricultores, como também subsídios para a construção de políticas públicas. “A certificação participativa é um exemplo de iniciativa autônoma dos agricultores que agora é regulamentada”, explicou Marcos, referindo-se ao reconhecimento do Sistema Participativo de Garantia na Lei 10.831, que regulamenta a produção orgânica.


A Rede Municipal de Agricultura Urbana surge após este eixo de trabalho ser desmantelado no Ministério de Desenvolvimento Social e num momento em que se discute não só a possibilidade e a necessidade de produzir alimentos dentro das cidades, mas a própria finalidade dos espaços urbanos. Questões como o acesso à terra e aos recursos naturais e a promoção da agricultura urbana como alternativa em situações de crise econômica entrelaçaram-se na fala da docente Juliana Luiz, membro do Coletivo Nacional de Agricultura Urbana. Para mostrar como a AU representa um rompimento de paradigmas e o enfrentamento de questões complexas, ela apresentou 3 experiências: a da Rede Carioca de Agricultura Urbana, da Articulação Metropolitana de Agricultura Urbana e da Rede Portuguesa de Agricultura Urbana e Periurbana. “Já podemos dizer que a Agricultura Urbana é um movimento social nacional. Nossa batalha é aprofundar as relações em rede e romper com o estatuto precário da Agricultura Urbana”, disse Juliana, que considera que “já existe muito trabalho sendo feito, mas que não é reconhecido”.DSC_0116
Antes de seguir na luta por reconhecimento externo, é necessário conhecer-se mutuamente. Para que isto acontecesse de forma lúdica e ativa, os participantes do encontro compartilharam um pouco de suas experiências em uma dinâmica animada pelo biólogo André Ganzaroli Martins, da equipe do Camping. Dispostas em círculo, quase 100 pessoas tramaram a articulação da Rede utilizando um simples rolo de barbante. Mesmo com alguns nós e tensões, o objetivo era comum: a promoção da Agricultura Urbana como forma de desenvolvimento social.

Esta discussão será aprofundada durante o Encontro Estadual de Agricultura Urbana, que será realizado nos dias 26 e 27 de setembro, no Camping do Rio Vermelho. Além do amadurecimento do debate, nesse momento também serão escolhidos os delegados para participar do Encontro Nacional de AU, que será em outubro, no Rio de Janeiro.

Oficina de Comunicação Segura no Festival Happy Campers, Sul de SC (25/07)

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O Coletivo Anarkotecnológico Mariscotron chama para mais uma Oficina de Comunicação Digital Segura!

Serão abordados assuntos referentes à cultura de segurança, com enfoque no mundo virtual, à estrutura física da internet, sua relação com nossas práticas políticas e a vigilância do Estado e das corporações.Vai acontecer no Happy Campers, festival próximo à Criciúma que irá reunir 12 bandas de SC, PR, RS e SP e promover um campeonato de skate e outras atividades no meio da Mata Atlântica.

 

No mesmo evento também vai ter uma roda de conversas sobre Anarquismo e Movimentos Populares com o Coletivo Anarquista Bandeira Negra.

Assentamento Comuna Amarildo de Souza completa um ano [Replicação Estopim Periódico]

Assentamento Comuna Amarildo de Souza completa um ano

O movimento social catarinense é dono de conquistas que merecem disseminação. Uma das mais emblemáticas é a Comuna Amarildo, que comemora neste final de semana um ano de existência no município de Águas Mornas localizado a 50km da Capital. Uma história árdua de luta por direitos básicos previstos na Constituição e relegados pelo estado e que, atualmente, conta 20 famílias que conseguiram mudar sua realidade. São pessoas que ainda carecem de melhorias nas suas condições de vida, mas que já têm o que comemorar.

A Comuna Amarildo é um marco na luta pela terra e o evento que será realizado nos dias 3, 4 e 5 de julho, servirá para comemorar um ano do assentamento em Águas Mornas e reunir os aliados e os atores sociais que participaram dessa trajetória. O objetivo é mostrar o resultado e a proporção da luta social dos Amarildos. Segundo membros do movimento há que se destacar, por exemplo, que 900 hectares de terras griladas, no Norte da Capital, foram devolvidos a união e essa é uma das grandes conquistas do movimento de reforma agrária local.

Em Águas Mornas, os Amarildos vivem em cerca de 130 hectares de terra. Lá, produzem seus próprios alimentos de forma diferenciada por meio da agroecologia e vivendo em soberania alimentar. Hoje, os Amarildos conseguem inclusive comercializar, a preços acessíveis, alguns produtos em Águas Mornas e comunidades humildes de Florianópolis, como a Vila Aparecida e a Chico Mendes.

Além disso, trabalham no município e na região e suas crianças frequentam as escolas regularmente. Aos poucos, se adaptam e se integram à comunidade, vencendo a resistência inicial do município em recebê-los, sobretudo pela imagem negativa criada pela grande mídia ao lidar com esse assunto.

Nem tudo são flores. Os Amarildos ainda não desfrutam de energia elétrica, o que limita sua vida de diversas maneiras. Já imaginou esta realidade no século XXI? Ainda assim, acreditam ter melhorado de vida, afinal, os altos custos de moradia, sobretudo da Capital do Estado que são excludentes e provocam gentrificação, inexistem e o dinheiro de aluguéis, por exemplo, pode ser revertido para outras necessidades humanas.

Os Amarildos podem e devem comemorar conquistas. Ainda enfrentam as dificuldades legais e a burocracia da reforma agrária, mas são donos de conquistas sociais provenientes de lutas desgastantes, mas dignas e capazes de causar satisfação. A comuna Amarildo é mais uma boa história do movimento social a se contar. Por isso, o Estopim convida ativistas e a população a participar do evento de comemoração e disseminação da comuna.

Por Nícolas David
Saiba mais sobre o evento da Comuna: http://on.fb.me/1NDpsCU

Florianópolis amanheceu contra a redução da maioridade penal.

Hoje, dia 30/07/2015, Florianópolis amanheceu contra a redução da maioridade penal.

E nos bairros do Saco Grande e Monte Verde não foi diferente.

“Um jovem esperançoso hoje acordou em Florianópolis. Dolorido da cama fria onde dorme, ele vê a cidade acordando e percebendo que a Redução não é a solução. Vê a cidade ocupada por intervenções, dizendo que ele não está sozinho e que tem gente disposta a lutar pelo seu futuro. Hoje, o Amanhecer Contra a Redução espalhou cartazes e pipas por toda Florianópolis, pintando a cidade de esperança para essa juventude que precisa de escola, não prisão. Ocupamos praças, pontos de ônibus, muros, postes, cada cantinho dessa cidade antes do amanhecer e suamos para conseguir deixar tudo pronto para quando a juventude de Florianópolis acordasse. Para que essa juventude, que sofre cada vez mais, possa acreditar em uma outra realidade e tenha forças para lutar por ela!”

Via: https://www.facebook.com/AmanhecerFloripa?fref=ts
http://amanhecerfloripa.libertar.org

‪#‎ReduçãoNãoÉSolução‬
‪#‎FloripaContraRedução‬
‪#‎AmanhecerContraRedução‬.

 

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Um dia

Um dia pra dizer que ama.

Um dia pra lembrar do pai.

Um dia pra lembrar da mãe.

Um dia pra lembrar das crianças.

Um dia pra lembrar das mulheres.

Um dia pra lembrar dos que trabalham.

Um dia pra lembrar dos que se foram.

Um dia pra ser solidário.

Um dia para ser cristão.

Um dia pra lembrar da nação.

Um dia pra votar.

Um dia pra lembrar dos professores.

Um dia pra lembrar dos índios.

Um dia pra lembrar dos negros.

Muitos dias pra esquecer.

Muitas coisas pra consumir.

Muita obrigação pra cumprir.

Um dia…

Quem sabe um dia!

[Estopim Periódico] A história do libertar.org

| “NOSSOS SONHOS NÃO CABEM EM SUAS URNAS” | Ser o catalisador de iniciativas sociais, culturais e ambientais que lutam, contestam e questionam os desmandos do poder vigente e visam à transformação da sociedade em um lugar mais livre e igualitário. Essa é a principal premissa do Libertar.org. Para isso, os seus criadores e mantenedores, P. e D., convidam os movimentos sociais a hospedarem seus blogs no servidor do Libertar, unindo vozes que não têm espaço na grande mídia.
A iniciativa começou na UFSC, mas tinha um intuito ainda modesto: expor problemas na infraestrutura da universidade, como calçadas esburacadas ou sem acessibilidade, denunciar as grandes filas do restaurante universitário e reclamar dos riscos de segurança causados pelos extintores de incêndio vencidos. O projeto cresceu. A partir de 2009, agregou o fenômeno Rádio Tarrafa, que na época tinha por objetivo montar uma rádio FM livre, posicionada contra o monopólio da comunicação de massas. Atualmente, a iniciativa reúne ainda muitas vozes sociais, como a da Frente de Luta pelo Transporte, combatente das más condições do transporte coletivo da Capital. Nesta entrevista, conheça a história do Libertar.org e de brinde um resgate histórico dos movimentos sociais de Florianópolis e de sua recente atuação. ✔ Qual foi o estopim do Libertar? Quando que vocês tiveram a ideia? P: Em 2007, fazíamos parte de um grupo de amigos em um laboratório da  UFSC. A ideia catalisadora que acabou dando origem ao Libertar.org foi o desejo deste grupo de amigos em colocar no ar um site não institucional voltado para comunidade da UFSC que teria como principal finalidade expor publicamente problemas na infraestrutura da universidade, tais como calçadas esburacadas ou sem acessibilidade, filas grandes no restaurante universitário, extintores de incêndio vencidos etc, sempre cobrando providências dos responsáveis e acompanhando os prazos fornecidos até que o problema fosse resolvido. Qualquer um da comunidade poderia participar. O nome pensado para o site foi “UFSC em alerta”, uma brincadeira com o nome de programas sensacionalistas que faziam sucesso na TV aberta na época. Nas discussões sobre o UFSC em alerta, surgiram outras ideias de blogs e sites, todos sem qualquer finalidade comercial. Alguns destes com apenas um indivíduo querendo mantê-lo e outros chamaram a atenção de mais membros. Por isso, fomos atrás de um espaço na internet onde pudéssemos publicar este tipo de conteúdo e que fosse sem propagandas. Queríamos um nome de domínio que causasse impacto, algo relacionado a liberdade. Depois de muitas tentativas com domínios já em uso, conseguimos um bom nome disponível: “libertar.org”. As ferramentas gratuitas disponíveis na internet para blogs que pesquisamos, na época, envolviam propaganda e/ou outras limitações. Então, aproveitando que estávamos em um grupo que trabalhava na área de Tecnologia da Informação, fizemos uma vaquinha para contratar um espaço em um servidor de hospedagem que nos desse liberdade de pôr no ar todos sites que pensávamos e cuidamos da parte técnica. Com o servidor contratado, os mais empolgados foram colocando suas ideias no ar, mas o “UFSC em Alerta” exigiria um trabalho maior dos idealizadores e acabou nem sendo iniciado. Alguns blogs que surgiram nessa época foram o Subversivos, Nanicolina, Cultura Ucraniana, etc. Este projeto coletivo com os amigos acabou sendo o estopim doLibertar.org. ✔E de que maneira vocês cresceram e agregaram tantos coletivos, como a Frente de Luta pelos transportes, a Rádio Tarrafa e os outros? P: Um dia quando estávamos trabalhando apareceu no laboratório um senhor chamado Ernesto Kramer que estava querendo instalar a distribuição Linux Ubuntu no seu computador. Ele estava participando de um evento chamado Jornada Interdisciplinar de Ações em Saúde e Ambiente (JIASA), organizada pelo Centro Acadêmico Livre de Medicina (CALIMED) junto com outros coletivos da cidade. Acabamos participando do evento com uma oficina de instalação do Ubuntu e outra sobre Software Livre e em uma das reuniões nos oferecemos para hospedar o site do evento. Durante o evento, esse senhor, que na época militava contra as sacolas plásticas, pediu que a gente criasse um blog para ele no libertar.org. Nessa época, percebemos que muitos coletivos e ativistas não dispunham de um espaço adequado para expor suas ideias e que tínhamos o conhecimento técnico para ajudá-los fornecendo a infraestrutura básica (hospedagem e instalação de uma plataforma para gerenciar conteúdo). Em 2009, conheci o coletivo da Rádio Tarrafa e comecei a participar. O objetivo do coletivo era montar uma rádio FM livre, posicionada contra o monopólio da comunicação de massas, concentrado na mãos das grandes mídias e que envolvesse a comunidade do entorno. A experiência que tive participando da construção da rádio foi muito bacana. Toda gestão acontecia de forma horizontal (sem uma hierarquia) e cada pessoa tinha uma responsabilidade perante ao grupo. Ou seja, a rádio era autogerida pelos próprios programadores e tarefas como cuidar do estúdio e dos equipamentos e montar uma grade de programação era responsabilidade de todos. Foi na rádio que fiz amigos que tinham contatos com movimentos sociais e coletivos, tais como o Movimento Passe Livre (MPL), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Centro de Mídia Independente (CMI) e Coletivo Unidades de Conservação da Ilha (UC da Ilha). A Frente de Luta pelo Transporte Público da Grande Florianópolis por exemplo havia se formado em 2011, durante uma jornada de lutas contra o aumento das tarifas de ônibus. Nós da rádio estávamos cobrindo esta luta, e muitos também estávamos inseridos nela. Portanto foi assim que se deu essa aproximação. ✔ Quais são as intenções sociais de vocês? O que querem mudar localmente? P: Acreditamos em uma sociedade mais livre e igualitária. O mundo de hoje é muito desigual em vários aspectos. Em 2016, os 1% mais ricos terão mais dinheiro que o resto do mundo todo, e as grandes corporações que concentram estes recursos exercem uma influência muito grande nos governos que teoricamente deveriam representar o povo. Além disso, ainda convivemos com o racismo, o preconceito contra as mulheres, os gays e as minorias em geral. Nossas liberdades também são constantemente ameaçadas pela influência de organizações religiosas sobre os governos, que legislam sobre nossos corpos e comportamentos. Também sofremos constante vigilância e espionagem de grandes corporações em conjunto com o Estado, como ficou claro nos episódios recentes do Wikileaks. Infelizmente esses são problemas que não se resolvem da noite para o dia. Por isso, precisamos construir meios alternativos de comunicação que não sejam cooptados pelo sistema. Por isso, tentamos divulgar estas iniciativas, para que as ideias circulem e possam influenciar outras pessoas. Sabemos que temos um alcance limitado, mas é o que está ao nosso alcance! Precisamos mudar a forma com o qual atuamos em nosso próprio cotidiano, em nosso trabalho, em nossas relações, em nossa comunidade. É aquela velha história do “pensar globalmente e agir localmente” e do “faça você mesmo”. Não adianta ficar esperando uma revolução cair do céu ou ser feita por um decreto de governo, precisamos colocar a mão na massa, cada um de acordo com suas capacidades e aos poucos construir esse mundo novo que queremos. Um mundo sem opressões, onde possamos ser livres de fato. ✔ A Grande Florianópolis tem muitos coletivos ou movimentos sociais querendo se comunicar com o mundo? P: Sim. Desterro/Meiembipe é uma cidade rebelde, que ganhou o nome de Florianópolis como um “cala boca” por sua rebeldia. Aqui tivemos a Novembrada e as Revoltas da Catraca de 2004 e 2005. Ao mesmo tempo, é uma cidade tradicionalmente dominada por grupos conservadores, o que sempre deixa uma tensão latente no ar. Essa tensão explodiu nos últimos anos, com as ocupações urbanas pela moradia, como a Ocupação Amarildo de Souza, com os atos contra a tarifa e pelo Passe Livre, com o levante do Bosque no CFH contra a ação truculenta da polícia na UFSC e os atos pela Ponta do Coral 100% Pública. Todos esses grupos têm muitas coisas a dizer, mas muito pouco espaço onde podem expressar as suas ideias. Como sabemos, a grande mídia, praticamente dominada por um único grupo no Estado (RBS) tem um poder muito forte de desinformação. Podemos destacar alguns grupos locais que utilizam o Libertar.org atualmente, como a Frente de Luta pelo Transporte Público da Grande Florianópolis, o Coletivo Anarquista Bandeira Negra, o Estágio Interdisciplinar de Vivência, o grupo contra a Violência Obstétrica de SC e o Grupo de Ação Feminista (GAFE). Atualmente também estamos participando do Movimento Ponta do Coral 100% Pública, que luta pela construção do Parque Cultural das 3 Pontas na Ponta do Coral, onde a construtora Hantei, a Prefeitura e o governo do Estado se aliaram para construir um hotel de 18 andares para que poucos privilegiados possam usufruir em uma área que já foi pública e que foi vendida ilegalmente no final dos anos 70. ✔ Que características um coletivo ou movimento social precisa ter para integrar o latifúndio digital do Libertar? P: O Libertar.org é um espaço não-governamental, não-corporativo e não-partidário destinado a coletivos, movimentos sociais e indivíduos que queiram hospedar e divulgar projetos de cunho social, cultural e ambiental tendo em vista a transformação da sociedade atual em uma sociedade mais livre e igualitária. Nosso público principal são grupos que não estão subordinados a um partido político, empresa ou governo, pois estes tipicamente já dispõem de infraestrutura. Mas o que nos interessa mesmo é que o conteúdo do site esteja de acordo com os princípios doLibertar.org. A visão política de liberdade e igualdade que temos é um tanto ampla, e abrange tanto movimentos com uma pauta social específica, até grupos de arte e contracultura, que de alguma forma estão sintonizados com os ideais do espaço. Nestes sete anos, temos construído um espaço para as lutas libertadoras de várias cores e sabores: anarquistas, feministas, artistas, ribeirinhos do Amazonas, mães e seus bebês que querem curtir um cinema, catraqueiros que lutam por um transporte público mais justo, ativistas de mídia livre, professores, defensores da legalização da maconha, grupos de incentivo a leitura e muitos outros. ✔ Por conta desse trabalho, vocês têm bastante contato com os movimentos sociais da Grande Florianópolis. Na visão de vocês, eles exercem papel importante na nossa sociedade? Por quê? P: Enxergamos que os movimentos sociais são essenciais na conquista de direitos em nossa sociedade. Sem a pressão da população organizada, os governos tendem a ceder aos interesses dos poderosos para manter o status quo. Não existem conquistas sem luta, foi assim com os direitos trabalhistas, com a democracia representativa e até com as praças e parques de nossa cidade. Estes movimentos também são importantes para empoderar as pessoas, para mostrar que é possível “fazer politica” e mudar os rumos da história mesmo sem participar da política partidária tradicional. Acreditamos que o voto é apenas parte da participação popular, é como dizem os Zapatistas: “nossos sonhos não cabem em suas urnas”. ✔ O Libertar tem metas para o futuro? Algo como se tornar um conglomerado de comunicação de iniciativas sociais, ou a boa é ser feliz? Quais são os desafios de vocês? P: Nosso principal desafio é poder dedicar mais tempo para o projeto, para ele continuar evoluindo mesmo que bem aos poucos. Outro é pagar as contas do espaço que provemos, que nos primeiros anos foi integralmente paga pelos idealizadores. Mas graças a colaboração financeira de vários grupos e indivíduos conseguimos pagar o espaço por mais dois anos e não acreditamos que isto será um grande problema em algum momento. ✔ Quais são os valores mais comuns que vocês encontram nos indivíduos que lutam por causas sociais? P: Ao longo destes anos temos visto pessoas de diferentes idades, gêneros, ocupações e classes sociais lutando por alguma causa. A dedicação, a persistência e a solidariedade são os valores mais notáveis. Os inimigos são muitos e a relação de forças, em geral, é muito desigual, mas mesmo assim estas pessoas estão lá, fazendo muitas vezes um “trabalho de formiguinha” e se dedicando de corpo e alma em uma causa na qual acreditam. É muito bacana, embora às vezes pareça frustrante, dado que as derrotas também não são poucas. Mas, seguimos em frente! Foto: retirada do “Libertar.org” Por Nícolas David, que assim como o Estopim, acredita em um mundo mais igualitário e faz de si um catalisador de ideias. Seguimos!

Debate: Campanha Protesto não é Crime

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Quando? Segunda, 4 de maioàs 18:30

Onde? CFH – Centro de Filosofia e Ciências Humanas – UFSC – Florianópolis

Os últimos anos foram marcados por lutas sociais e greves que começam a romper o pacto social do último período, apontando para formas combativas de luta popular e organização. Ao mesmo tempo, o governo e o empresariado respondem através da judicialização das lutas, uma série de mecanismos que visam criminalizar e desmobilizar as lutas sociais, desde processos, investigações, audiências, até condenações e prisões. Convidamos todas e todos a debater o tema!

Mesa:
Eduardo Perondi, Professor de Sociologia exonerado após participar da luta pela entrega de uma unidade escolar na comunidade do Rio Tavares.

Viviane Souza Miranda, Assistente Educacional e Sindicalista, processada administrativamente após revindicar, junto à comunidade, melhorias na sua unidade escolar em Joinville.

André, membro do Coletivo PinteLute, processado após participar das manifestações contra o aumento das tarifas de transporte coletivo em Joinville no ano passado.

Evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/1578124002458280/